terça-feira, 19 de setembro de 2017

Cérebro máquina, sátira vã.

Preste atenção. Eles todos. Estamos num palco de batalha, 3 minutos para o início da luta. Sangue nos olhos, boca tremendo, o corpo todo em uma vibração de corrente elétrica, dos pés a cabeça, levantando todos os pelos num desejo incessante. O ódio a te comer pelas beiradas. Cachorros loucos atrás das vacilações. Batedor de mãos levantados para o primeiro a questionar. E você, se negando a sorrir e obedecer como um cachorro dócil, fica quieto e rosna. Rosna preso, feito o lutador aos 3 minutos da batalha. Rosna até o corpo se rebelar ou explodir. Sátiras e mais sátiras, o que resta pro nosso bando? Posso falar o quanto vocês todos, com essas roupas engomadas e impetuosamente limpas, são ridículos. Das cabeças de cabelos arrumados, ao sapato lustrado, passando pelo jeito de falar, cerimoniosamente herdados das boas maneiras estrangeiras e do código de moral empoeirado da estante. O quanto tudo que valorizam é medíocre, restos de pó e coito fadados às facadas na costas. Não conseguem confiar na própria sombra ou deixar de sentir uma náusea ao escovar os dentes, pelas manhãs. O quanto tua sede de poder, sua fome por dinheiro e o fetiche pela tortura alheia mancha suas goelas e corrói as vísceras, num movimento inexorável de autodestruição em massa. O quanto fedem e fedem e fedem. E o quanto vocês, meus caros amigos que, nesses momentos de torturam sorriem são fracos, caminhando docilmente para o abatedouro. Bois alienados batendo palma para o churrasco. Calada, sempre a espreita com o cérebro a piar feito máquina à vapor, traçando o plano mais rápido para a próxima saída ou o jeito indolor de encarar a morte. Ó, senhor, piedade, dessa gente careta e covarde!

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