quarta-feira, 26 de julho de 2017

Autodescoberta, a busca incessante pelo meu eu

Quem sou eu de verdade? o que alimenta meus anseios e meus desejos mais profundos? Por que escolho sempre vermelho embora ache o amarelo tão bonito? As camadas que vestem minha persona, a maquiagem que molda meu personagem, as frases escolhidas que tocam um íntimo inacessível. Como ter certeza de ser você sem olhar pro lado? Sem, feito uma criança medrosa, espiar pelo canto do olho o navegar alheio, observando-os os passos, os balanços, os abraços. Ser como rio, fluir para florescer o seu eu, explodir na aventura de ser. Descobrir, sem fórmulas mas com muita persistência, observação e auto-amor, quem tu és. Perdoo-me pelos meus erros, respeito meus limites, alimento diariamente o que me acolhe. Trago para a consciência minhas manhas: minhas culpas, meus ciclos, meus vacilos. Amo-me por toda, o meu mel e o minha brutalidade. A morte e vida de todas as etapas - Não ficar mais que o necessário em cada ponto da trajetória. Não nutrir o apego medroso - deixar partir, deixar ir, esperar nascer o novo que vem. Amo sem prender - deixo voar o que já não pode se alimentar em mim. Amo feito pássaro - vou para onde as pernas movem. Adoro com devoção certas palavras doces e tenho talento pra inutilidades. Aceitar que a eternidade não é meu tempo, que o agora me faz sorrir muito mais. Não insistir no que não flui, no que não responde, no que não faz meu corpo vibrar. Lutar contra os padrões, sejam sociais ou do pensar. Lembrar: não temer ser o que é. Não temer, embora as penas balances. Embora o algoz superego chicoteie. Ser-o-que-se-é, feito mantra matinal e único objetivo no trem da terra. Nego toda violência praticada por mim contra mim mesmo.